Área do Paciente

Direitos do paciente com câncer

O paciente com câncer possui direitos especiais na legislação, como auxílio-doença, tratamento fora do município de domicílio e saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Veja as dúvidas mais frequentes sobre os direitos sociais do paciente com câncer.

O paciente com câncer tem direito a sacar o FGTS?
Sim. Na fase sintomática da doença, o trabalhador cadastrado no FGTS que tiver neoplasia maligna (câncer) ou que tenha dependente portador de câncer poderá fazer o saque do FGTS. Uma das documentações exigidas é o atestado médico com validade não superior a trinta dias, contados a partir de sua expedição, firmado com assinatura sobre carimbo e CRM do médico responsável pelo tratamento, contendo diagnóstico no qual relate as patologias ou enfermidades que molestam o paciente, o estágio clínico atual da moléstia e do enfermo

O paciente com câncer tem direito ao auxílio-doença?
Auxílio-doença é um benefício mensal a que tem direito o segurado quando este fica temporariamente incapaz para o trabalho em virtude de doença por mais de 15 dias consecutivos. O portador de câncer terá direito ao benefício, independentemente do pagamento de 12 contribuições, desde que esteja na qualidade de segurado. A incapacidade para o trabalho deve ser comprovada por meio de exame realizado pela perícia médica do INSS.

A pessoa com câncer tem direito ao amparo assistencial (ou Benefício de Prestação Continuada)?
Sim, desde que se enquadre nos critérios de idade, renda ou deficiência. A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) garante um benefício de um salário mínimo mensal ao idoso com 65 anos ou mais que não exerça atividade remunerada, e ao portador de deficiência incapacitado para o trabalho e para uma vida independente. Crianças de zero a 10 anos e adolescentes entre 12 e 18 anos têm os mesmos direitos.
Para ter direito ao benefício, outro critério fundamental é que a renda familiar seja inferior a um quarto do salário mínimo. Esse cálculo considera o número de pessoas que vivem no mesmo domicílio: o cônjuge, o(a) companheiro(a), os pais, os filhos e irmãos não emancipados de qualquer condição, menores de idade e inválidos. O critério de renda caracteriza a impossibilidade do paciente e de sua família de garantir seu sustento. Nos casos em que o paciente sofra de doença em estágio avançado, ou sofra consequências de sequelas irreversíveis do tratamento oncológico, pode-se também recorrer ao benefício, desde que haja uma implicação do seu estado de saúde na incapacidade para o trabalho e nos atos da vida independente.

Guia de prevenção ao melanoma

O câncer de pele, melanoma, tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e é mais frequente em adultos brancos. O melanoma pode surgir primariamente em qualquer parte da pele ou das mucosas, na forma de manchas , pintas ou sinais. Nos indivíduos de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés.

É o tipo mais grave de câncer de pele, devido a sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação de câncer para outros órgãos). O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom, desde que seja detectado em sua fase inicial. Nos últimos anos, houve grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido à detecção precoce do tumor e à introdução de novos tipos de medicamentos, como a imunoterapia e a terapia-alvo. /p>

Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e corresponda a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, o melanoma representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão.
A detecção precoce é a chave para o sucesso do tratamento, ou seja, para aumentar as chances de cura. Uma regra adotada internacionalmente é a do “ABCDE” que aponta sinais sugestivos de tumor de pele do tipo melanoma:

ASSIMETRIA: Uma metade do sinal é diferente da outra;
BORDAS IRREGULARES: Contorno mal definido;
COR VARIÁVEL: Presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul);
DIÂMETRO: Maior que seis milímetros;
EVOLUÇÃO: Mudanças observadas em suas características (tamanho, forma ou cor).

O melanoma pode desenvolver-se a partir de uma região de pele normal ou de uma lesão pigmentada (pinta escura) já existente. O aspecto é de uma pinta ou mancha escura, com bordas irregulares, podendo ter coceira, descamação e até ulceração em alguns casos. Em caso de pintas ou lesões preexistentes, ocorre alteração nas suas características, como aumento de tamanho, alteração na coloração, alteração na forma e nas bordas que se tornam irregulares.

O diagnóstico geralmente é feito pelo dermatologista através de exame clínico, pela dermatoscopia (exame com aparelho que permite avaliar a pele com mais detalhes do que ao olho nu) e eventualmente a biópsia nos casos de grande suspeita.
A cirurgia é o tratamento indicado para o melanoma em estágio inicial. Para situações em que este câncer está em estágio mais avançado, seja pelo acometimento de linfonodos ou pela ocorrência de metástase (quando o tumor já se espalhou para outros órgãos), o tratamento pode exigir a administração da imunoterapia ou da terapia-alvo. Ambas as terapias são consideradas importantíssimos avanços no cuidado aos pacientes com melanoma, tendo melhorado de forma significativa a sobrevida e a qualidade de vida.

Guia de quimioterapia

A quimioterapia é um tratamento à base de medicamentos que têm a função de destruir e/ou inibir o crescimento de células cancerígenas e impedir sua proliferação. Em muitos casos, a quimioterapia possibilita a cura do paciente, enquanto em outros atua como uma forma de controlar ou estabilizar a doença, aliviando os seus sintomas.

O tratamento quimioterápico é muito importante porque não restringe sua atuação sobre a área visivelmente afetada, como ocorre com a cirurgia e a radioterapia. A quimioterapia alcança as células malignas em praticamente qualquer lugar do organismo. Sua utilização pode ser indicada isoladamente ou associada a outros tipos de tratamento, como a radioterapia, a cirurgia e, mais recentemente, a imunoterapia.

Existem várias formas de aplicação da quimioterapia. A administração do tratamento pode ser:
Oral – comprimidos ou cápsulas;
Intravenosa – aplicação em veias periféricas ou centrais, através de punção venosa ou de cateter;
Intratecal – aplicação no líquor (líquido que envolve a medula espinhal e o encéfalo);
Intra-arterial – aplicação em artérias que irrigam o câncer ou sua metástase, via procedimento cirúrgico ou via radiologia intervencionista;
Intracavitária – aplicação dentro de cavidades do corpo, como a cavidade peritoneal (abdômen).

Qual a duração do tratamento?
Tanto a periodicidade das aplicações de quimioterapia quanto o tipo de quimioterápico administrado variam de acordo com o tipo e o subtipo do câncer em questão, do estágio da doença, das condições físicas do paciente, do protocolo de tratamento baseado em evidências científicas sólidas e da resposta e evolução do paciente ao tratamento. A periodicidade para a administração dos medicamentos varia conforme o tipo do medicamento, o respectivo protocolo e as combinações entre as drogas.

Efeitos colaterais
Os medicamentos quimioterápicos circulam por todo o corpo com o objetivo de atacar as células malignas, mas eles também podem atingir as células normais. Ao agir sobre essas células saudáveis, a quimioterapia pode causar desconfortos, como queda de cabelo, diarreia e aftas. Além disso, efeitos adversos, como enjoo, vômito, dor muscular, dor de cabeça, fraqueza, dormência, alteração de paladar e outros, podem ocorrer após as sessões de tratamento. É importante destacar que muitos efeitos são passageiros, voltando ao normal após o término do tratamento, mas outros podem permanecer por períodos mais prolongados, conforme a intensidade apresentada.

Guia de mitos sobre a alimentação durante o tratamento
Existem várias informações na mídia e nas redes sociais, além de informações dadas por familiares e amigos, sobre o que se pode e o que não se pode comer durante o tratamento do câncer. É preciso ter muito cuidado e saber selecionar a veracidade das informações, pois, dependendo delas, pode comprometer a sua saúde e seu tratamento. Nesta fase, faz-se necessário o acompanhamento do nutricionista e os cuidados orientados por ele para cada caso.

Os carboidratos aumentam o tumor?
Os carboidratos são nossa fonte de energia na alimentação, nos fornecendo glicose para as nossas células. O fato das células tumorais também se alimentarem desse tipo de energia não justifica sua retirada da alimentação. Quando se retira o carboidrato, o corpo vai buscar energia de outra fonte, como, por exemplo, os nossos músculos e, com isso, poderá haver enfraquecimento e/ou emagrecimento. Não há evidências científicas, até agora, de que cortar os carboidratos da alimentação vai ajudar a ‘’eliminar o tumor’’, assim como não é verdade que, se você comer carboidratos durante a quimioterapia, vai prejudicar o tratamento. Isso é um mito. O importante é selecionar o tipo de carboidratos, evitando os presentes em alimentos ultraprocessados, como biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, refrigerantes e macarrão instantâneo, e preferir sempre os carboidratos presentes em alimentos frescos, como grãos, cereais, frutas e verduras.

Proteínas de origem animal (carne vermelha, ovos e queijos) devem ser cortadas da alimentação, pois aumentam o tumor?
A proteína é componente de nossas células e tem várias funções no nosso organismo, como o transporte de substâncias no sangue, produção de hormônios e construção de músculos saudáveis. É importante a manutenção de nossos músculos saudáveis, pois eles garantirão que o tratamento não tenha muitos efeitos colaterais, assim como evitará quedas e o cansaço (fadiga).

Cogumelo do sol, noni, graviola, chá de graviola, chá verde, entre outros alimentos, curam o câncer?
Não existem alimentos milagrosos que curam o câncer. Muitos desses alimentos citados, dependendo da quantidade e, principalmente, na forma de chás, podem ser tóxicos para o seu fígado. É importante ter uma alimentação variada e colorida, com frutas, legumes, verduras, feijão, fontes de proteína, cereais integrais, castanhas e outras oleaginosas. Assim, você terá a defesa do seu corpo fortalecida e menores chances de prejuízos no seu estado nutricional durante o tratamento.

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